sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Parasitose: Entero-hepatite - Aviária

Introdução:
A doença é também chamada de cabeça negra dos perus ou histomoníase.
A Histomonose é uma doença causada por um protozoário o Histomonas meleagridis. Este protozoário parasita os cecos e o fígado de aves, sendo dos perus o animal mais susceptível à doença podendo ocorre alta mortalidade. O H. meleadridis para completar seu ciclo evolutivo precisa de um hospedeiro paratênico o Heterakis gallinarum. Os adultos ou os ovos deste nematóide carregam os protozoários, protegendo os trofozoítos das condições ambientais e do pH ácido do papo, da moela e do intestino.
O Histomonas meleagridis é um protozoário amebóide, às vezes de forma redonda ou alongada com um único flagelo. Este protozoário parasita os cecos e fígado de perus, galinhas, pavão e aves silvestres

Contaminação:
Os hospedeiros adoecem espontaneamente pela ingestão de material contaminado pelas formas infestantes do agente causal, eliminado pelas fezes das aves portadoras. Essas são representadas por aves que se recuperam de um ataque da doença, as quais eliminam pelas fezes uma grande quantidade de microrganismo, diariamente. Os perus adultos são mais resistentes do que os peruzinhos. A doença ocorre sempre que animais novos soltos em terrenos infetados, junto aos animais adultos portadores. Os surtos mais graves acorrem nos perus entre 1 a 2 meses de idade, e nos pintos de 1 a 2 semanas. As galinhas são muito menos suscetíveis que os perus, elas são portadoras do protozoário e do nematóide Heterakis gallinarum mais freqüentemente que os perus, daí se considerar estas como as principais disseminadoras da enterepatite. Experiências demonstraram a incapacidade da transmissão da doença através dos ovos de aves doentes. A transmissão experimental da histomonose pela ingestão de fígado e ceco doentes não teve resultado positivo em todas as tentativas. A reprodução da doença, mesmo após a desinfecção do ovo por agentes químicos, parece indicar a existência de formas de resistência no interior da casca. 
Surtos esporádicos da doença podem ser explicados pela ingestão dos ovos destes nematóides disseminados no solo. Os parasitas invadem o organismo dos hospedeiros através das paredes dos cecos, que são as primeiras partes lesadas. Durante o período de incubação e após a convalescença da ave, os protozoários vivem e se multiplicam no conteúdo cecal. 

Sintomas:
As aves doentes, principalmente perus novos, apresentam sonolência, enfraquecidos geral, asas e cauda caídas, cabeças baixas, pernas arrepiadas, diarréia amarela. As aves adultas são mais resistentes, mas as mais novas têm uma doença de caráter mais agudo, morrendo logo após o aparecimento dos sintomas. 
A mais alta mortalidade é observada nos perus, nas primeiras 12 (doze) semanas de idade. Algumas vezes, a mortalidade atinge a ordem de 100% mas a média é de 50%. O período de incubação da doença varia de 15 a 21 dias apos contato com material infetante. 

O diagnóstico clinico é difícil, já que a sintomatologia é semelhante a outras doenças. A necropsia de animais que vierem a óbito é o melhor método de diagnostico. As lesões típicas do fígado e cecos não deixam duvidas. Deve-se fazer o diagnostico diferencial, onde as lesões cecais, principalmente de pintos, podem confundir-se com a eimeriose, mas o exame microscópico do conteúdo cecal revela, com facilidade, a presença de oocistos.

No peru, podem ter até 04 centímetros de diâmetro. As lesões do ceco e do fígado são patognômonicas.

Tratamento:
Vários medicamentos já foram experimentados no tratamento da entêrohepatite sem, entretanto, apresentarem resultado satisfatório. Além disso, a erradicação completa da enterepatite das aves é um problema de solução difícil, pois somente medidas radicais dão resultados satisfatórios, tais como o extermínio de toda a criação e abandono do local, pelo menos durante um ano. 
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar a entrada do protozoário na criação como: 
- Não introduzir aves novas; 
- Empregar a incubação artificial; 
- Evitar promiscuidade de perus com galinhas; 
- Manter os peruzinhos de 2 a 3 semanas nas baterias de criação e os de até 12 semanas separados dos adultos; tomar medidas de controle contra as helmintoses; 
- Manter as aves em terrenos não ocupados anteriormente por outras aves, pelo menos há um ano; ----- Criar os perus adultos em áreas espaçosas; 
- Proteger os comedouros e bebedouros, ao máximo, contra a contaminação pelas fezes. 
Com o que foi descrito neste trabalho, conclui-se que o protozoário Histomonas meleagridis causa uma doença grave em perus podendo leva-los à óbito e que somente medidas profiláticas radicais podem resultar num controle satisfatório. 

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Bacteriose: Micoplasmose - Aviária

Introdução:
Mycoplasma gallisepticum (MG) é o Mycoplasma sp. mais importante economicamente para as aves de produção. Infecções com este patógeno podem causar perdas econômicas siginificativas em granjas avícolas com doença respiratória crônica, redução da eficiência alimentar, diminuição do crescimento e da produção de ovos.

As aves afetadas pela doença não deverão ser comercializadas, sendo recomendado o descarte das carcaças. O ideal é que as infecções sejam notificadas ao serviço veterinário de sua cidade. A micoplasmose aviária já foi erradica em alguns países, como por exemplo nos Estados Unidos, isso em aves domesticadas, como as galinhas, porém continua atacando outras espécies de aves nativas.

Causas:
A micoplasmose aviária pode ser causada por várias espécies de Mycoplasma sp. (família Mycoplasmataceae), incluindo o MG, M. synoviae, M. iowae. Infecções por MG são comumente conhecidas como Doença respiratória crônica (DRC) de frangos. As estirpes podem variar muito em relação ao seu grau de patogenicidade dependendo da espécie de aves que é acometida.

Transmissão:
A micoplasmose aviária também é popularmente conhecida como doença respiratória crônica de frangos. O grau da doença poderá variar conforme a espécie de ave que foi atacada. Ela é transmitida através o contato direto das aves, bem como através de objetos utilizados na criação, e que entram em contato com aves sadias. A propagação pelo ar também pode acontecer, desde que as aves estejam próxima uma das outras. Ela também é transmitida da galinha para os pintinhos dentro dos ovos.
Experimentalmente aves infectadas desenvolvem sintomas após 6 a 21 dias. Em infecções naturais, o período de incubação é variável; aves infectadas podem ser assintomáticas durante dias ou meses.

Sintomas:
Os sintomas da micoplasmose aviária podem variar de nenhum até outros bem graves, isso dependerá de vários fatores. A galinha poderá sofrer de diversas infecções graves se também estiver infectada com a doença de newcastle, bronquite infecciosa, escherichia coli e outros patógenos. Os principais sintomas incluem tosse, espirros, corrimento nasal e dificuldade de respirar. Como falamos o ganho de peso e a produção de ovos com certeza irão cair em sua granja.

Frangos infectados geralmente desenvolvem sintomas respiratórios que podem incluir tosse, espirros, descarga nasal e dispnéia. Conjuntivite com um exsudato espumoso ocular é comum em perus e ocorre ocasionalmente em frangos e em outras espécies de aves.

Os sintomas da MG se desenvolvem normalmente lentamente, bem como o curso da doença pode ser prolongada. No entanto, doença respiratória aguda, por vezes ocorre em aves jovens, especialmente perus.

Em casos simples nos frangos, as lesões costumam incluir leve sinusite, traqueíte e aerosaculite. Se a galinha é infectada simultaneamente com E. coli, espessamento dos sacos aéreos, acúmulos de exsudatos, pericardite fibrinopurulenta e peri-hepatite podem ser vistos. Em perus, grave sinusite mucopurulenta pode ser encontrada.

Tratamento:
Os avicultores buscam sempre controlar e erradicar a micoplasmose por conta dos grandes prejuízos que a doença causa. Medidas adequadas de manejo e desinfecção das instalações, bem como antibióticos e vacinações com cepas vacinais inativadas ou atenuadas são utilizadas para diminuir os efeitos da doença.
Você deve sempre comprar aves que estejam livres de micoplasmas! Isso aliado a uma criação que tenha práticas adequadas de biosseguridade, principalmente com o manejo de isolamento da granja, devem ser suficientes para que suas aves mantenham-se livres de micoplasmas do plantel.

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/veterinaria/micoplasmose-aviaria/22694

https://comocriargalinha.com/micoplasmose-aviaria/

Virose: Marek - Aviária

Introdução:
A Doença de Marek é uma enfermidade neoplásica causada por um vírus, que afeta nervos, pele, baço, rins, fígado, ovários, testículos, olhos e as demais vísceras do organismo das aves.

No ano de 1907, o pesquisador húngaro Josef Marek descreveu pela primeira vez, a paralisia parcial em frangos. Em conjunto com outros pesquisadores, ele mostrou lesões microscópicas no encéfalo, coluna vertebral e nervos periféricos. No ano de 1949, a forma neurológica desta enfermidade foi associada a tumores malignos linfóides de órgãos viscerais e músculos, na época, recebendo o nome de neurolinfomatose, hoje conhecida como Doença de Marek.

Seu agente etiológico é um alphaherpesvirus, conhecido como o vírus da doença de Marek (VDM) ou herpesvirus gallid 2 (GaHV-2). Fora de células, este vírus é facilmente destruído por desinfetantes comuns; ele dura mais tempo em ambientes frios, por isso causa mais problemas no inverno. Ele é formado por dois invólucros, levando consigo, um dos invólucros ao sair da membrana externa da célula. Pode espalhar-se para outras células através das ligações intracelulares, sendo assim se a célula morre o vírus é incapaz de apanhar o seu invólucro, ficando inativado.

Este vírus é relacionado aos vírus ao herpesvírus de perus (HVT) e de Epstein-Barr (VEB) que causa doença de Hodgkins em humanos (câncer). No entanto, o VDM não é uma ameaça a saúde humana, pois não cresce em células de mamíferos. Existem três sorotipos de herpesvírus aviários do grupo B:

- Sorotipo I: usados na produção da vacina (atenuada) contra esta enfermidade.
- Sorotipo II: população de vírus não patogênica.
- Sorotipo III: os HTV compõem este sorotipo. A diferenciação é feita através de anticorpos monoclonais e outras técnicas laboratoriais.

Sintomas:
Existem seis síndromes que podem ocorrer após a infecção com o vírus da doença de Marek, são elas:
- Doença de Marek Clássica ou neurolinfomatose: causa paralisia assimétrica de um ou mais membros. Quando acomete o nervo vago, podem ocorrer dificuldade respiratória e dilatação das culturas. Frequentemente, há também lesões dos nervos periféricos, infiltração linfomatosa, tumores (pele, músculo esquelético e órgãos viscerais).
- Doença de Marek Aguda: é uma epidemia que acomete animais previamente vacinados ou infectados, levando à depressão, paralisia e morte de grande parte dos animais. Afeta animais muito jovens numa faixa etária de quatro a oito semanas de vida.
- Linfomatose ocular: leva à infiltração linfocitária da íris, anisocoria e cegueira.
- Doença de Marek cutânea: gera lesões arredondadas, firmes, junto aos folículos de penas.
- Arterosclerose: induzida experimentalmente em animais afetados.
- Imunossupressão: há um impedimento da resposta imunológica por parte do linfócito T, tornando as aves mais susceptíveis a outras doenças.

Transmissão:
O diagnóstico é feito baseado nos sinais clínicos, além da observação de um alargamento de nervo (geralmente o isquiático). A presença de nódulos em órgãos internos, também pode indicar esta enfermidade, mas se faz necessária a realização de exames histológicos.

Tratamento:
Não há tratamento para esta doença. O isolamento também não é possível de ser feito, pois o VDM está presente em todos os ambientes avícolas. O recomendado para a prevenção é a vacinação. Entretanto, sua administração não impede a transmissão do vírus para animais não infectados.




Bacteriose: Colibacilose - Aviária

Introdução:
A Colibacilose é a doença comum na avicultura e quando acomete o plantel causa grandes prejuízos ao produtor. Ocorre como uma septicemia fatal aguda ou silenciosa subagudas. 

É comum aparecer após a galinha sofrer de problemas das vias respiratórias superiores, tais como bronquite infecciosa ou micoplasmose. É freqüentemente associada com doenças imunossupressoras, como a doença de Gumboro (enterite hemorrágica em frangos), ou aves jovens que são imunologicamente imaturas. É causada pela bactéria Escherichia coli e pode ser encontrada em praticamente todo o mundo.

Sintomas:
Os principais sintomas da Colibacilose são problemas na respiração, tosse, espirros, diminuição do apetite, baixo desenvolvimento corporal, desanimo e pequenos ferimentos. A mortalidade da doença fica em torno de 5% a 20%.
Os sinais clínicos e lesões são inespecíficos e variam com a idade, órgãos envolvidos e doenças intercorrentes. As aves jovens que morrem de septicemia aguda apresentam poucas lesões, exceto no caso de um fígado e baço aumentados de volume e hiperêmicos com aumento de uido nas cavidades corporais. As aves que sobrevivem à septicemia desenvolvem saculite aérea brinopurulenta subaguda, pericardite, peri-hepatite e esgotamento linfocítico da bolsa e do timo. (As salmonelas incomumente patogênicas produzem lesões semelhantes nos pintos.) Embora a saculite aérea seja uma lesão clássica da colibacilose, ainda não é claro se ela resulta de exposição respiratória primária ou de extensão da serosite. 
As lesões esporádicas incluem pneumonia, artrite, osteomielite e salpingite O isolamento de uma cultura pura de E. coli a partir do sangue cardíaco, fígado ou de lesões viscerais típicas em uma carcaça fresca indica uma colibacilose primária ou secundária. Devem-se considerar as infecções e os fatores ambientais predisponentes. 

Transmissão:
A infecção se dá por via oral ou por inalação, e através da casca, gema, água e objetos contaminados, possuindo um período de incubação de 3 a 5 dias. Mucosas feridas por conta de infecções virais e imunossupressão são fatores predisponentes para o desenvolvimento desta doença de galinhas.

A bactéria causadora da colibacilose é encontrada no intestino da ave e é eliminada nas fezes dos animais, assim uma boa higiene na manipulação dos ovos que serão usados para incubação, higiene da granja, bom manejo e saneamento de galpões, comida e água são formas de prevenção da doença. 

A patogenicidade dos isolados é estabelecida quando a inoculação parenteral dos pintos ou peruzinhos jovens resulta em septicemia fatal ou lesões típicas dentro de 3 dias. 

Tratamento:
Uma boa higiene na manipulação dos ovos que serão usados para incubação, higiene da fazenda, bom manejo e saneamento do galinheiro, comida e água são formas de prevenção da doença. Controle os fatores de predisposição a doença e as infecções, geralmente através da vacinação. O agente infeccioso é moderadamente resistente ao ambiente, mas é sensível à desinfectantes e a temperaturas acima de 80°C.

As estratégias de tratamento incluem tentativas de controlar as infecções ou fatores ambientais predisponentes, e na utilização inicial de antibacterianos indicados por meio de testes de suscetibilidade. As bacterinas comerciais, administradas às galinhas reprodutoras ou aos pintos, fornecem certa proteção contra sorotipos de E. 



https://comocriargalinha.com/colibacilose/

Fúngica: Dermatomicose - Aviária

Introdução:
O nome dermatomicose, também conhecida como “tinha” ou tricofitose, representa qualquer tipo de infecção provocada por fungos parasitas chamados de dermatófitos.

Devido ao estreito contato mantido entre os animais domésticos e os humanos, a dermatomicose destes animais representa importantes zoonoses. Esta doença tem distribuição mundial, sendo mais comum em locais de clima tropical e temperado, principalmente em regiões quentes e úmidas. Ataca diversas espécies de animais, como os bovinos, equinos, ovinos, suínos, cães, gatos, aves, animais silvestres e o homem.


Sintomas:
Os prejuízos econômicos diretos desta doença são poucos, pois se trata de uma infecção em partes superficiais do corpo, como a pele, unhas e cabelos. No entanto, a agitação devido ao prurido provocado por ela, resulta em queda no ganho de peso.

Transmissão:
A forma mais comum de contaminação é através do contato direto entre animais infectados e animais sadios, no entanto os esporos dos fungos podem estar presentes em diversos locais, como cercas, cochos e postes. Há o desenvolvimento da lesão no extrato queratinizado, sendo que a existência prévia de lesões favorece o estabelecimento deste fungo. Quando há a quebra da relação hospedeiro-parasita, ocorrem manifestações clínicas, como alopecia, eritema, exudação, calor e descamação da pele devido à produção de toxinas e alérgenos. O processo inflamatório tende a destruir o fungo, que procurará melhores condições de desenvolvimento nos bordos da lesão. Assim, após novo período de irritação e de inflamação, novo deslocamento irá ocorrer para a periferia, dando às lesões aspecto de círculos definidos de alopecia e descamação.

O período de incubação pode variar de uma a quatro semanas. As manifestações clínicas ocorrem geralmente na cabeça, pescoço e períneo e, caso não seja iniciado um tratamento adequado, pode se alastrar para outras regiões do corpo. As lesões se caracterizam por serem circulares, circunscritas, com diâmetro variando de 1 a 3 centímetros, podendo estar sem pêlos/penas ou com a presença de uma crosta acinzentada ou amarronzada. Inicialmente, a superfície abaixo da crosta apresenta-se úmida e hemorrágica, mas após as crostas caírem à lesão apresenta-se seca e sem pêlos/penas.
Tratamento:
Geralmente, apenas os achados clínicos são suficientes para se obter um diagnóstico. No entanto, sua confirmação pode ser feita através de exames laboratoriais, como: raspado, biópsia ou cultura da pele. Quando se realiza o raspado de pele, este deve ser feito nos bordos das lesões e enviados ao laboratório em envelopes.

O tratamento geralmente é feito com medicamentos de uso tópico, prescritos pelo médico veterinário. No caso de afetar um grande número de animais, como rebanhos, o tratamento é feito à base de pulverização ou banhos com fungicidas. É necessário também que estes animais sejam isolados; deve ser realizada uma desinfecção com produtos de amplo espectro, do ambiente e dos utensílios utilizados no manejo dos animais em questão. Uma boa ventilação e insolação também ajudam minimizar as ações dos esporos.



Bacteriose: Pasteurelose - Aviária

Introdução:
A cólera aviária, também conhecida como pasteurelose ou septicemia hemorrágica, é uma doença infecciosa que acomete a maioria das espécies aviárias. Seu agente etiológico é a Pasteurella multocida. No entanto, a P. haemolytica, P. galinarum e a Riemerella anatipestifer, também podem gerar a enfermidade.

Essa doença era comum no início das criações avícolas, mas com a adoção de práticas sanitárias, a cólera aviária praticamente desapareceu, acometendo mais as criações caipiras. Entretanto, essa doença tem sido observada em lotes de matrizes poedeiras comerciais, sendo que nesses casos, a doença ocorre devido ao estresse térmico, restrição alimentar, imunossupressão, doenças intercorrentes e solução de continuidade por traumatismos.

Transmição:
A pasteurelose costuma acometer animais com mais de 6 semanas de vida e, o principal meio de infecção são as carcaças de aves que morreram com a doença e o agente etiológico pode permanecer no ambiente por até 3 meses, sendo que o agente infeccioso chega até as criações através de rato e outros roedores.

Sintomas:
Os sintomas apresentados pelas aves são: febre, sonolência, relutam em andar, apresentam penas arrepiadas, inapetência, descarga oral mucosa, congestão ou cianose da crista e barbelas, diarréia inicialmente profusa, tornando-se aquosa, de coloração esbranquiçada, às vezes, com caráter de muco ou sanguinolenta. Pode evoluir para morte, podendo ocorrer sem nenhum sinal clínico, ou precedida por uma crise convulsiva.

O diagnóstico é feito com base nos sinais clínicos e através de exames bacteriológicos, através da análise de fragmentos de lesões e de órgãos, como fígado e medula óssea.

Tratamento:
O tratamento é feito com a administração de antibióticos, como as sulfonamidas, tetraciclinas, neomicinas e quinolonas. Já o controle e a profilaxia são feitos através do combate de ratos e roedores silvestres, além da higiene e desinfecção periódica das instalações. Existe também a vacina, que deve ser aplicada no entre a 10° e a 16° semana de vida das aves, sendo duas aplicações com intervalo de 2 a 4 semanas.


Bacteriose: Coriza Infecciosa - Aviária

Introdução:
A Coriza Infecciosa é causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum. Esta doença afeta principalmente galinhas, mas codornas e faisões. A doença é transmitida principalmente pelo contato direto de ave para ave. Além disso, as galinhas também podem contrair a doença por inalação de bactérias presentes no ar e pelo consumo de alimentos e/ou água contaminada.

Transmissão:
A coriza infecciosa também será disseminada se uma galinha infectada for colocada no galinheiro. Os animais que se recuperarem da doença irão permanecer portando a bactéria no organismo e, algumas vezes, podem disseminar a bactéria ao longo de suas vidas. Surtos de coriza infecciosa muitas vezes acontecem quando elas não estão demostrando sinais da doença e são introduzidos em uma criação saudável.

Sintomas:
Os principais sintomas da coriza infecciosa incluem inchaço ao redor do rosto, secreção espessa e pegajosa nas narinas e olhos, dificuldade em respirar, demonstrando agonia. Além disso, as pálpebras de galinhas infectadas podem tornar-se irritadiças e acabar ficando “coladas”. Ela também pode causar diarreia. Aves em fase crescimento podem ficar atrofiadas. A infecção pode reduzir a produção de ovos e aumentar a incidência e/ou gravidade de infecções secundárias.

Tratamento:
A mortalidade pode chegar até a 50% das galinhas infectadas. O mais comum é que 20% dos animais não resistam a doença. A coriza infecciosa pode durar tão pouco como alguns dias ou chegar até a alguns meses, especialmente quando ocorrem as infecções secundárias. O tratamento da coriza infecciosa é feito com antibióticos, uma vez que ela é causada por bactérias. É importante que você siga as instruções de uso da medicação. Os antibióticos podem ser eficazes na redução dos sinais clínicos de doença, porém não irá remover por completo as bactérias presentes no corpo das galinhas infectadas.

Prevenção:
Um bom manejo, saneamento rigoroso, e um plano abrangente de biossegurança são as melhores formas de prevenir a coriza infecciosa. A maioria dos surtos da doença acontece quando novas galinhas são introduzidas no criadouro. Por isso é interessante que se faça uma quarentena em tais animais. As vacinas para coriza infecciosa estão disponíveis, mas são necessárias vacinações múltiplas para que sejam eficazes. Se você comprar galinhas de um local que já teve o surto da doença terá que vacinar todas as suas galinhas.


Bacteriose: Salmonelose - Aviária

Introdução:
Salmonella é um gênero de bactérias, são bactérias gram-negativas, o gênero é composto por três espécies de bactérias,:
- Salmonella subterrânea;
- Salmonella bongori:
- Salmonella entérica:
Sendo que essa ultima possui milhares de sorotipos diferentes (mais de 2.500), nas aves ela faz parte da microbiota normal presente no intestino, microbiota essa necessária para que a ave consiga ter uma digestão correta dos alimentos, portanto, é normal que a Salmonella esteja presente nas fezes das aves.

Além da Salmonella existe uma grande gama de outras bactérias que são encontradas normalmente nos intestinos das aves, e para que a ave se apresente saudável todos os microorganismo tem que estar em equilíbrio, ou seja, com suas populações controladas. Portanto a ave só irá apresentar salmonelose quando a população de Salmonella aumentar além do máximo suportável pelo organismo, causando uma quebra nesse equilíbrio da microbiota intestinal e fazendo com que a população de Salmonella cresça muito, além disso, a ave pode acabar sendo infectada por um sorotipo patogênico, que quando presente irá causar doença. A ave também pode acabar apresentando um quadro de salmonelose sistêmica, levando a ave a apresentar outros sinais além dos ligados ao trato gastrointestinal.


Sintomas:
Quanto aos sinais, são bem inespecíficos, como na maioria das doenças que acometem as aves, podemos citar diarreia, apatia, falta de apetite, penas eriçadas, ave dormindo durante o dia, problemas reprodutivos e emagrecimento progressivo, podendo até mesmo levar o animal ao óbito. Claro que sua ave pode apresentar somente alguns desses sintomas, como em alguns casos onde só se notam problemas reprodutivos, ou em outros que só observamos diarreia, etc. Isso indica que a doença pode estar no começo, e vai depender diretamente do tamanho da população de Salmonella presente na ave, além da espécie e sorotipo da Salmonella em questão. Portanto, a qualquer sinal de doença a ave deve ser levada a um médico veterinário, de preferência especializado.

Como foi dito anteriormente, os sinais de salmonelose, são muito inespecíficos, e podem ser confundidos com outras doenças. Para fechar o diagnóstico devem ser feitos exames nas fezes da ave, porém é muito importante o acompanhamento de um médico veterinário, já que muitas vezes o proprietário não interpreta os resultados de maneira certa, e em alguns casos acabam por medicar a ave quando não é necessário, ou utilizam medicamentos inadequados, que podem até mesmo piorar a situação do animal. Além dos exames para a avaliação da presença e da quantidade da bactéria nas fezes, também é muito importante a realização de um antibiograma, que é nada mais nada menos do que o exame que vai nos indicar qual antibiótico deve ser utilizado no tratamento.
Tratamento:
Deve ter como principal agente o antibiótico, que deve ser utilizado de maneira correta, para evitar recidivas ou resistência bacteriana, mais uma vez a presença do Medico Veterinário se faz presente, já que a escolha da base antibiótica correta, a duração do tratamento e a dose a ser utilizado devem ser indicadas por esse profissional. Porém a antibióticoterapia sozinha dificilmente irá curar seu animal, medicamentos adjuvantes devem estar presentes no tratamento, além do tratamento de suporte como aquecer a ave, alimentação diversificada e farta, suplementos e em alguns casos alimentação forçada.

A melhor maneira de tratar esse problema que assola diversas criações de pássaros, trazendo na maioria das vezes problemas reprodutivos, e podendo até mesmo dizimar planteis é através da prevenção. Mantenha sempre os ambientes das aves higienizados, saiba sempre a procedência das aves introduzidas em criações.

Dr. André Salabert (CRMV-RJ 12554).
Leia mais: http://www.niaas.com.br/news/salmonelose-em-aves-o-grande-vil%C3%A3o-/

Virose: Gripe - Aviária

Introdução:
A gripe aviária, também conhecida como gripe do frango, é um tipo de gripe transmitida por aves. Apesar de ser chamada de gripe, ela está longe de ser como o tipo de gripe que estamos acostumados a lidar - do tipo que tomamos um remédio e os sintomas logo desaparecem. A gripe aviária pode causar problemas seríssimos de saúde, podendo levar até mesmo à morte.

Esta doença, em função de suas características, pode ser transmitida das aves para certas espécies de mamíferos como, por exemplo, o gato doméstico e até mesmo o ser humano. Até o momento, há poucos indícios de que a doença pode passar de humano para humano.

A doença surgiu inicialmente em 1997, quando uma epidemia de gripe se alastrou pela população de frangos de Hong Kong e um homem morreu após ser infectado pelo vírus transmissor da doença. Na época, cerca de um milhão e meio de aves foram mortas em Hong Kong para evitar a disseminação da doença. Praticamente todos os frangos de lá foram mortos. Mas, mesmo assim, surgiram novos casos da doença em 2003, na Coreia do Sul, onde também milhões de aves foram sacrificadas. Apesar dos esforços, a doença acometeu alguns criadores de frangos coreanos.

Hoje, a doença já bate na porta de cerca de 36 países ao redor do mundo (principalmente Ásia, África e Europa) e, apesar de só terem ocorrido cerca de 200 casos de gripe aviária em seres humanos, sua taxa de mortalidade é muito alta – mais de metade dos infectados morreram em decorrência da doença. O objetivo atualmente é controlar a incidência da gripe do frango e impedir uma pandemia da doença.

Causas:
A gripe aviária é causada por uma mutação do vírus Influenza A, transmissor da gripe, o H5N1. Outras variações do vírus, como H7N7, H7N9 e H9N2, também já infectaram humanos.
Transmissão

Todas as pessoas que contraíram a gripe aviária até agora estiveram em contato com aves doentes. Ainda não há nenhum caso de contágio entre humanos. Em 1999, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma escala com as fases de evolução do vírus causador da doença, com o objetivo de avaliar a chegada de uma pandemia. Por essa escala, que tem seis fases, a gripe aviária atualmente está na fase 3, em que o vírus presente em animais começa a infectar humanos também. Na última fase desta escala, a transmissão entre humanos acontece com muita facilidade, como foi o caso da gripe espanhola, por exemplo.

Sabe-se, também, que o vírus H5N1 é capaz de sobreviver no meio ambiente por longos períodos de tempo, de modo que a infecção pode ser transmitida por meio do simples contato com superfícies contaminadas. Além disso, as aves que são infectadas com a gripe podem continuar a transmitir o vírus pelas fezes e pela saliva por até dez anos.

Transmissão:
O maior fator de risco para gripe aviária é o contato com aves contaminas pelo vírus causador da doença ou com superfícies contaminadas por penas, fezes ou saliva das aves.

Até agora, a gripe já acometeu pessoas de todas as idades, mas a idade média de pessoas infectadas varia de acordo com o subtipo do vírus. As pessoas contaminadas pelo vírus H7N9, por exemplo, têm idade média de 62 anos, enquanto que a média de idade das pessoas infectadas pelo H5N1 é de apenas 26.

Da mesma forma, a gripe aviária afetou mais pessoas do sexo feminino do que do sexo masculino. No entanto, não há nenhuma evidência de que mulheres possam estar sob maior risco de contrair a doença.
As aves aquáticas são hospedeiras naturais deste tipo de vírus, porém não apresentando sintomas.
Formas de contaminação:
- contato direto com secreções de aves infectadas pelo influenza aviário H5N1;
- através do ar;
- água, comidas e roupas contaminadas 

Tratamento:
Não ha tratamento, quando diagnosticado o abate de todas aves e incineração dos corpos é o recomendado.
Este vírus também leva a morte rápida muitas espécies de aves. Muitos animais morrem vinte e quatro horas após o contágio inicial. Muitos produtores de frangos, gansos e patos podem perder toda a produção em poucos dias, caso as aves contaminadas não sejam sacrificadas. Em caso de uma epidemia de grandes proporções, os prejuízos comerciais e financeiros provocados por esta doença podem ser elevados, prejudicando, inclusive, a produção de carne de aves e ovos no mercado mundial.
O medo de que a doença possa sair do continente asiático, espalhando-se pelos quatro cantos do mundo é grande, pois o pato selvagem, hospedeiro natural da doença, pode espalhar o vírus durante a fase de migração. Esta espécie de pato é muito resistente à doença e dificilmente apresenta sintomas, fator que dificulta a localização das rotas de transmissão.

Virose: Laringotraqueíte Infecciosa - Aviária

Introdução:
Doença de distribuição geográfica cosmopolita e de ocorrência cíclica em áreas endêmicas, principalmente em áreas de alta densidade de produção, infectam preferencialmente galinhas, faisões e perdiz, sendo as galinhas o hospedeiro mais primário. Outras aves como, faisões, perdizes, pavões e canários são acometidas com menor incidência, no entanto a maior susceptibilidade é observada em matrizes pesadas e os machos parecem ser mais susceptíveis que a fêmeas. Embora não esteja esclarecida a susceptibilidade ligada a idade, linhagem genética ou sexo, existem indícios de que a susceptibilidade diminuiria com a progressão da idade e a doença se apresentaria mais severa em altas temperaturas.
É um vírus que entra nas aves pela via respiratória e se multiplica na laringe, traqueia e pulmões.
Sendo uma doença respiratória altamente contagiosa causada por um herpes vírus. É uma doença pertencente a lista B da OIE, de distribuição cosmopolita e acomete principalmente galinhas.

Sintomas:
O vírus é eliminado pelas secreções oronasais e sua transmissão ocorre por contato direto.
Os sinais clínicos característicos são alterações respiratórias, tais como dispnéia, estertores, expectoração de exudato sanguinolento, levando alta mortalidade. Lesões como traquéia hemorrágica, com exudato sanguinolento e fibrinoso, podendo ocorrer uma discreta laringotraqueíte com conjuntivite são observadas em necropsia.
A forma severa da doença é silenciosa. Os sinais clínicos aparecem de 6 a 12 dias após a entrada do vírus e a manifestação clínica pode variar de uma infecção grave a formas mais brandas. A fase aguda da doença é caracterizada por tosse e expectoração de sangue, caso em que a morte da ave ocorre entre dois e três dias.
A laringotraqueíte infecciosa das galinhas também pode se apresentar de forma branda e com baixa mortalidade. As aves apresentam sonolência, conjuntivite e sinusite, além de queda variável na produção de ovos. As aves começam a desenvolver um edema (inchaço) de cabeça, ficam com dificuldades respiratórias, começam levantar a cabeça para respirar.
A doença ocorra em granjas com elevado adensamento de galpões, elevadas temperaturas, falta de renovação de ar e falta de refrigeração do ambiente. O grande prejuízo é a diminuição na postura de ovos e a elevada mortalidade. 

Transmissão:
A principal forma de transmissão dentro da granja é pelo ar. Porém entre uma granja e outra, a transmissão se dá por contato, sendo também transmitida por objetos contaminados.

A melhor forma de evitar a doença, segundo ela, é cuidando do ambiente nas granjas, evitando o adensamento e as temperaturas muito altas, principalmente no verão. Além disso, a notificação aos serviços de defesa sanitária deve ser feita imediatamente.
Não é transmitida pelo ovo.

Tratamento:
O vírus pode sobreviver por 10 dias a temperatura entre 13 - 23°C. Pode permanecer viável por várias semanas na cama, dejetos ou em carcaças por muitas semanas. O vírus é destruído pela luz solar direta em poucas horas, por substancias lipolíticas (clorofórmio e éter) e desinfetantes comuns como fenol (5%), cresol (3%), formalina, hipocloritos e iodofor.
O diagnóstico definitivo é baseado em exame histopatológico, microscopia eletrônica, por teste de ELISA, imunofluorescência direta e por PCR. Sem tratamento terapêutico eficaz para a patologia até o momento, faz com que a vacinação torna-se um forte aliado para conter epidemias
A doença é extremamente rara.
Temos apenas três casos notificados no Brasil - informa a médica veterinária Masaio Mizuno. Ela explica que a doença ataca principalmente as galinhas e não é contagiosa para o homem. Porém, não existe tratamento. 
Não existe tratamento para esta doença, mas já existem vacinas de última geração. Entretanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) permite sua aplicação apenas em casos de focos confirmados. - A vacina não é a principal medida de prevenção - diz a médica veterinária.

http://www.canalrural.com.br/noticias/jornal-da-pecuaria/saiba-como-evitar-laringotraqueite-infecciosa-das-galinhas-27179
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/ei0AFDuSX2UjyEj_2013-5-20-15-41-11.pdf

Virose: Encefalomielite - Aviária

Introdução:
A Encefalomielite Aviária (EA) é causada por um picornavírus pequeno que contém RNA. Eles estão entre os menores vírus conhecidos e pertencem a um ramo de picornavírus conhecidos como enterovírus. Os vírus da EA não têm invólucro. Uma vez que a maioria dos desinfetantes comuns agem destruindo o invólucro viral, o vírus da EA torna-se resistente aos desinfetantes comuns, bem como aos ácidos, clorofórmio e calor.

Seu reduzido tamanho auxilia-o também a resistir à desinfecção.
Todos os vírus da EA são de um só sorotipo. Entretanto cepas diferentes variam em seu grau de patogenicidade. Todas as cepas de campo têm uma tendência a crescer nos tecidos dos intestinos (enterotrópicas). As cepas mais patogênicas são também neurotrópicas e causam sintomas associados à EA. Os vírus de vacinas comerciais são atenuados pela passagem em embriões. O vírus muda suas características se for passado muitas vezes em embriões dos ovos. Os vírus da EA que passaram pelos ovos muitas vezes tornam-se mais suaves se administrados oralmente às aves, porém mais patogênicos se administrados por injeção.

Transmissão:
O curso da EA nas aves depende da idade na qual a ave for infectada. O vírus é ingerido e se multiplica nos tecidos do intestino. À medida que multiplica-se, ele causa uma resposta imunológica. Por volta de três a quatro semanas de idade, a ave produz anticorpos e apresenta uma doença clínica. O vírus pode, porém, espalhar-se até o aparelho reprodutor da galinha, causando uma queda temporária na produção de ovos. O período de incubação, desde o momento da infecção até a queda na produção de ovos é de pelo menos onze dias em matrizes.

O vírus da EA pode ser transmitido do intestino à cloaca, onde pode contaminar as cascas dos ovos e infectar os pintos quando estes estão sendo incubados.

Sintomas:
Quando pintos com quatro semanas de idade são infectados, o vírus multiplica-se no intestino, mas as aves não estão ainda completamente desenvolvidas quanto à imunidade. Assim, as cepas patogênicas entram na corrente sangüínea e infectam o cérebro, causando sintomas neurológicos. O período de incubação, desde a infecção até o surgimento dos problemas neurológicos é de onze dias, a menos que as aves tenham sido infectadas ainda quando embriões. Neste caso o período de incubação varia de um a sete dias. As cepas de campo patogênicas não afetam nem matam o embrião. As aves jovens aumentam em muito o alastramento do vírus.

Não existem sinais clínicos patognomônicos da EA em aves adultas. Os plantéis de poedeiras geralmente apresentam uma queda na produção de ovos, mas pode ser apenas uma queda leve. Pode ocorrer ainda inchaço e azulamento dos olhos. Nas aves jovens (com menos de quatro semanas de vida), os sintomas clínicos começam com apatia e baixa atividade. Pintos afetados logo tornam-se descoordenados e apresentam dificuldades ao se mover. Ocorre também um tremor na cabeça e no pescoço, semelhantes a calafrios. Deve-se lembrar que as aves não tremem quando tem frio, mas sim eriçam as penas. Calafrios ou tremores são sinais de doença neurológica. As aves afetadas eventualmente tornam-se imóveis e 60 a 90% delas morrem.

Preveção:
As doenças de Newcastle e Marek devem ser levadas em consideração no diagnóstico diferencial desta doença.
De um modo geral, como conseqüência do moderno sistema de produção, as aves de produção industrial tornaram-se muito mais susceptíveis às doenças. Permanentemente, surgem novas doenças e síndromes devido à quebra no equilíbrio entre os hospedeiros, os agentes etiológicos e o ambiente das criações. Neste contexto, os problemas da sanidade dos plantéis devem ser rapidamente identificados, controlados e superados a fim de se evitar conseqüências devastadoras para a granja ou mesmo a região afetada.

O monitoramento sorológico de lotes de aves é uma importante ferramenta que deve sempre ser usada. O monitoramento auxilia na detecção de desafios, falhas nas vacinações e diagnóstico de doenças.
A metodologia ELISA pode ser usada para mensurar os títulos de anticorpos contra a Encefalomielite Aviária. O kit ELISA para EA é rápido e apresenta boa especificidade e sensibilidade.
O monitoramento pode ser feito:
• Monitoramento de anticorpos maternos (20 a 25 soros de pintos de 1 a 3 dias de idade).
• Avaliação das vacinações (é recomendado a coleta de 20 a 25 soros de aves antes da vacinação e 14 a 18 dias pós vacinação mais 20 a 25 soros).
• No caso de suspeita de doença clínica podem ser enviados soros para sorologia junto com tecidos com alterações macroscópicas (no caso de suspeita de EA enviar SNC, moela, pâncreas e proventrículo) encontradas na necropsia para histopatologia para fechamento de diagnóstico.


https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/diagnostico-de-encefalomielite-aviaria-pela-metodologia-elisa/20120209-114953-j709

https://comocriargalinha.com/encefalomielite-aviaria/

Parasitose: Coccidiose - Aviária

Introdução:
A coccidiose aviária é uma enfermidade causada por um protozoário do gênero Eimeria, que parasita as células intestinais destes animais. É considerada uma das doenças mais importantes na avicultura industrial, pois causa diarréia e enterite, resultando em uma diminuição da absorção de nutrientes.

A galinha doméstica (Gallus gallus) é parasitada por sete espécies de Eimeria, são elas:
E. acervulina
E. maxima
E. tenella
E. brunetti
E. necatrix
E. mitis
E. praecox

Dentro deste grupo, a E. brunetti parece não ocorrer no Brasil e a E. necatrixocorre, basicamente, em matrizes mantidas no chão. Dentro das outras espécies a E. maxima, E. acervulina e a E. tenella causam lesões típicas no intestino das aves, já a E. mitis e a E. preacox não produzem lesões típicas.

Transmissão:
A infecção se dá por meio da ingestão dos oocistos esporulados, que estão presentes no ambiente, no alimento, água e até na cama. Quando na moela, estes oocistos se rompem, liberando os esporocistos que após sofrerem ação da enzima tripsina quinase, liberam os esporozoítos. Primeiro vêm à fase assexuada, iniciando-se com a invasão dos enterócitos pelos esporozoítos, gerando os esquizontes, onde estão presentes os merozoítos.

A fase sexuada tem início ao final da fase assexuada, quando a última geração dos esquizontes penetram em outros enterócitos, diferenciando-se em gametas masculinos e femininos. Ocorre a fecundação do gameta feminino pelo masculino, gerando o oocisto que é liberado na luz do intestino. A fase externa, denominada esporogonia, ocorre sob algumas condições, como: temperatura, oxigênio, umidade e especificidade do parasita ao hospedeiro.

A infecção por este parasita causa uma modificação estrutural das vilosidades intestinais, levando a um encurtamento destas, resultando em diminuição da capacidade de absorção. Pode também haver destruição das células epiteliais do intestino, impedindo que haja a renovação destas estruturas.

Sintomas:
Os sintomas apresentados pelas aves variam conforme a espécie de Eimeira presente. Algumas das espécies patogênicas causam: diarréia que varia de mucóide à sanguinolenta, desidratação, penas arrepiadas, anemia, despigmentação da pele e prostração.

O diagnóstico pode ser feito através do historio clínico dos animais, e sua confirmação pode ser feito através de exame laboratorial, pela técnica de microscopia. Para a realização deste, um grupo de animais deve ser sacrificado para que seja realizada uma necropsia e coletado material para o exame. Pode também ser feito um exame direto do conteúdo intestinal através de um raspado de mucosa e observação ao microscópio em busca de oocistos.

Tratamento:
Para controle e prevenção desta doença, além de um manejo adequado, desinfecção e limpeza do ambiente, é necessário o uso de anticoccidianos nas rações, ou então, utilização de vacinas. Existem dois tipos de vacinas, as vivas atenuadas e a virulenta, sendo que a primeira opção oferece maior segurança em relação à segunda opção.



https://www.infoescola.com/doencas/coccidiose-aviaria/

Miopatia Peitoral Profunda - Aviária

Introdução:
A miopatia peitora profunda, também denominada doença do músculo verde, trata-se de uma desordem poligênica, caracterizada pela necrose do músculo supracoracóide de frangos de corte e de perus comerciais.

A causa desta moléstia é a isquemia local, resultante do exaustivo trabalho de melhoramento genético dessas aves, visando selecionar animais que possuem musculatura peitoral altamente desenvolvida. A limitação física imposta pela fáscia muscular leva à diminuição da oxigenação muscular durante a expansão do músculo que ocorre quando realizados exercícios físicos intensos, uma vez que durante estes a musculatura chega a aumentar 20% de seu tamanho original. Consequentemente, há destruição da arquitetura miofibrilar, condição irreversível e, por fim à necrose e degeneração muscular.

Clinicamente, esta desordem quase não leva a problemas, uma vez que não se encontra associada a nenhum agente infeccioso, ocasionando somente a estética da carne, fator que resulta em perdas econômicas em decorrência da condenação da carcaça ou da peça no abate. A musculatura afeta geralmente exibe colocação que varia de amarelo claro a verde-azulado, bem como uma textura fibrosa e seca, com aspecto edematoso.

Esta moléstia foi descrita pela primeira vez nos Estados Unidos, em Oregon, em criações de perus fêmeas com mais de 10 meses de idade. No Brasil, a miopatia peitoral profunda representa um problema real na linha de abate de frangos, levando a perdas econômicas consideráveis.


Virose: Newcastle - Aviária

Introdução:
A doença de Newcastle (DNC) foi descrita pela primeira vez na Grã-Bretanha por Doyle, no ano de 1926, através de observações realizadas na cidade de Newastle. Ela é conhecida também como pseudo peste aviária, causada por um vírus pertencente à família Paramyxoviridae, gênero Rubulavirus, sorotipo APMV-1. Este agente é altamente contagioso e patogênico e afeta aves silvestres e comerciais.

Devido ao seu alto poder epidemiológico, esta enfermidade pode levar a grandes prejuízos econômicos, sendo a principal doença do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).

O período de incubação deste vírus pode variar de 2 a 15 dias, em condições naturais, dependendo de fatores, como: a idade da ave, seu estado imunológico, o ambiente, a virulência da cepa, entre outros.

A patogenicidade deste vírus é muito variável, apresentado cinco patotipos distintos:
Velogênico Viscerotrópico: possui alta patogenicidade, levando à altos índices de mortalidade. As lesões mais comuns neste caso são intestinais e respiratórias hemorrágicas.
Velogênico Neurotrópico: são cepas altamente patogênicas que apresenta sintomas respiratórios e nervosos, levando a um índice elevado de mortalidade.
Mesogênico: esse tipo possui um baixo índice de mortalidade e, geralmente, acomete animais jovens. Apresenta sintomatologia respiratória mais branda e, certas vezes, sintomas nervosos. Causa queda na postura de ovos.
Lentogênica ou Vacinal: estas cepas são utilizadas na fabricação de vacinas. Os sintomas apresentados são infecções respiratórias brandas. Quando os valores do IPIC (índice de patogenicidade de uma cepa viral) são inferiores à 0,6 não causam a doença.
Entérica Assintomática: essa cepa ataca o intestino, levando a infecções entéricas. Também está sendo utilizada na fabricação de vacinas.

Transmissão:
A transmissão da doença pode ocorrer de ave para ave (horizontalmente), ou através do contato de produtos contaminados, sendo que as vias de eliminação do vírus são: fezes e aerossóis.

Sintomas:
Os sinais clínicos apresentados são semelhantes à outras doenças infecciosas que causam sintomas digestivos e respiratórios. Os animais acometidos apresentam conjuntivite, secreções nasais, dificuldade para respirar (bico aberto), fezes de coloração esverdeada (do início ao final da doença), dificuldade de permanecerem em pé, torcicolo e paralisia.

Sendo uma doença de grande importância econômica, o diagnóstico definitivo deve sempre ser feito pelo Médico Veterinário Oficial. O Médico Veterinário da Granja desconfiando da doença encaminha o animal para o Médico Veterinário Oficial, que irá coletar material para realizar um diagnóstico laboratorial, através do isolamento do vírus.

Tratamento:
Não há tratamento. Deve ser feito um controle e prevenção da doença através da vacinação e medidas sanitárias adequadas, como: restrição do acesso de pessoas, aves e seus produtos à granja.


Virose: Bronquite Infecciosa - Aviária

Introdução:
A Bronquite Infecciosa provavelmente é a doença respiratória mais comum das galinhas, sendo descrita pela primeira vez no ano de 1931 nos Estados Unidos. A força desta doença de galinhas irá variar conforme a força do vírus, idade da ave, vacinação anterior, imunidade materna (aves jovens), e infecções que podem acontecer e complicar o caso, Micoplasmose Aviária, E. coli e a Doença de Newcastle. A mortalidade da bronquite infecciosa pode chegar até a 25%, dependendo de infecções secundárias. A causa da doença é um coronavírus que é antigenicamente variável, por isso novos tipos de vírus continuam a surgir. Cerca de oito grupos de vírus são reconhecidos por soroneutralização.

Sintomas:
Os principais sintomas da bronquite infecciosa são depressão, as aves ficam amontoadas, perda de apetite, tosse, chiado, falta de ar, diarreia, diurese e a cama de frango costuma ficar molhada. O diagnóstico provisório baseia-se em sinais clínicos, lesões e sorologia. O diagnóstico definitivo é baseado no isolamento viral nos embriões da galinha, lesões típicas, imunofluorescência positiva e ciliostase em cultura de órgão traqueal.

Tratamento:
Não existe um tratamento especifico para a doença. Alguns criadores costumam administrar antibióticos para evitar infecções secundárias, diminuindo assim as perdas na criação. Muitas vezes esse tratamento pode ficar muito caro. A melhor forma para evitar/combater a bronquite infecciosa ainda é prevenindo a doença através da vacinação. Você pode escolher entre usar vacinas vivas, que contêm o vírus atenuado, ou vacinas inativadas, com vírus mortos.

Prevenção:
A infecção da galinha se dá através da conjuntiva ou do trato respiratório superior, com um período de incubação de 18 a 36 horas. A infecção é altamente contagiosa e se espalha rapidamente por contato, objetos contaminados ou pelo ar. Algumas aves/cepas virais podem carregar a doença por um ano. O vírus pode sobreviver a 4 semanas no ambiente, e é sensível a solventes, calor acima de 56°C por pelo menos 15 minutos e desinfetantes a base de formal 1% durante 3 minutos. Uma ventilação inadequada do seu galinheiro e também a alta densidade são fatores predisponentes para esta doença.

Virose: Bouba - Aviária

Introdução:
A bouba aviária, também chamada de varíola aviária é causada por um vírus do gênero Avipoxvirus e afeta aves, como: galinhas, perus, pombos e pássaros (marrecos, patos, gansos, entre outros). Esta enfermidade tem sido observada desde a domesticação das galinhas, sendo que no ano de 1929 foi constatada sua etiologia viral.

Este vírus possui como material genético uma fita de DNA e são facilmente destruídos pelos desinfetantes comuns. Existe apenas um sorotipo do vírus da bouba aviária, tornando a vacinação contra esta doença simples e eficiente. Porém, quando a ave é infectada por outro agente pertencente ao gênero Avipoxvirus , surge um problema em relação à vacinação, mesmo havendo certo grau de reação cruzada induzida pela vacina, eles não são antigenicamente idênticos, não proporcionando uma completa proteção.

Sintomas:
Este vírus ataca os animais de todas as idades, porém os adultos são menos susceptíveis. Quando infectado, o animal apresenta dispnéia, tristeza, penas arrepiadas e febre. Nódulos escuros aparecem na pele ao redor dos olhos, bico, crista e barbela; lesões ao redor das narinas que podem levar à produção de catarro, lesões sobre as pálpebras podem produzir lacrimejamento, e até cegueira. Com o tempo, os nódulos secam e escamam, sumindo em seguida. Esta doença também pode gerar placas amareladas no canto do bico, na língua e garganta, podendo resultar em sinusite, inflamação dos ossos do crânio, podendo levar à falta de ar devido o inchaço cranial.

Transmissão:
A bouba pode ser transmitida pelas escamas dos nódulos secos quando entram em contato com animais sadios, ou também através da picada do mosquito quando este se alimenta de uma ave infectada e em seguida, de uma sadia.

Esta doença deve ser diferenciada das seguintes: laringotraqueíte infecciosa, deficiência de vitamina A, deficiência de biotina e/ou ácido pantotênico e vírus pombo. Animais que morreram podem usar usados em necropsia para um diagnóstico preciso.

Tratamento:
Os nódulos podem ser queimados com ferro em brasa, nitrato se prata, tintura de iodo, no entanto isto não soluciona o problema, pois o vírus está na corrente sangüínea. As aves devem ser protegidas do frio, chuva, umidade, dos mosquitos; também deve ser fornecida uma boa alimentação para elas. O tratamento através de medicação é feito com a administração intramuscular (no músculo do peito) de 2 mL de urotropina, uma vez ao dia até a regressão da doença.

A vacina é imprescindível para evitar a doença e deve ser aplicada nas aves com 1 a 5 dias de vida, na membrana da asa ou na coxa após retirada as penas.


https://www.infoescola.com/doencas/bouba-aviaria/

Virose:: Leucose linfóide - Aviária

Introdução:
A Leucose Aviária é uma doença neoplásica causada pela infecção por retrovírus indutores de tumores. Ocorre durante a maturidade sexual, resultando em perdas econômicas significativas, especialmente na produção e qualidade dos ovos. A enfermidade ocasiona quedas de até 10% no pico de postura e produção de ovos pequenos e de casca fina.

A mortalidade varia de 1 a 2%, podendo atingir perdas ocasionais superiores a 20%, com grandes prejuízos na criação avícola. O vírus da leucose aviária (VLA) é um retrovírus responsável pelo desenvolvimento de leucose linfoide, mieloide e eritroide em aves, que pertence ao gênero Retrovirus Aviário Tipo C, da família Retroviridae.

No Brasil ocorreram em 1995, em machos de uma linhagem de reprodutoras pesadas. Já em 1998 e 1999, estudiosos caracterizaram a ocorrência do VLA-J em amostras de linhagens comerciais de corte e observaram a presença de VLA-J em todas as linhagens de corte analisadas.
Transmissão:
A prevalência do VLA-J é alta, com elevada variabilidade, além de possuir uma resistência genética desconhecida, causando um grande impacto econômico na avicultura. 
Linhagens pesadas são mais susceptíveis ao VLA-J do que as leves e as fêmeas mais susceptíveis que os machos. 
A partir da manifestação da doença, durante a maturidade sexual, esta permanece durante toda a vida do lote. 
A transmissão pode ser verticalda galinha para a progênie, através do ovo – ou horizontal – de ave para ave, por contato direto ou indireto. 
A infecção congênita é a forma mais importante de transmissão, uma vez que produz tolerância imunológica nas aves, tornado-as virêmicas e com maior possibilidade de desenvolver linfomas e diferentes tumores e em aves imunocompetentes. 

Sintomas:
A disseminação horizontal do vírus resulta em uma viremia transitória com um risco muito baixo de desenvolvimento tumoral. Os sinais da doença não são específicos: crista pálida, murcha e, ocasionalmente, cianótica, inapetência, fraqueza, aumento do abdome, presença de manchas nas penas decorrentes de uratos e pigmentos da bile, aumento do fígado, bolsa cloacal e/ou rins que podem ser detectados por palpação, sendo que os nódulos provenientes de tumores do fígado podem ser detectados a tempo. 
As lesões decorrentes da leucose mieloide, causadas pelo VLA-J, são leucemia severa, infiltração (intra e extravascular) de células linfoides no fígado, baço e outros órgãos. O mecanismo molecular da indução da doença não está totalmente elucidado. 

Tratamento:
Não há tratamento para esta enfermidade, uma vez que não existem vacinas disponíveis para combater o vírus. Medidas gerais de manejo e biossegurança minimizam o impacto da infecção pelo VLA-J, visto que a patogenicidade do VLA-J varia conforme o status sanitário dos lotes. 
A eliminação das aves portadoras com a finalidade de evitar a transmissão vertical do vírus em matrizes é uma das formas de erradicação, que deve ser adotada pelas empresas que comercializam linhagens comerciais. 
O diagnóstico preciso do VLA é imprescindível para o reconhecimento da leucose aviária, possibilitando especificar os subgrupos virais que infectam as aves, sendo que esta informação é fundamental nos programas de erradicação dessa enfermidade.

Fonte: Instituto Biológico Autor: Renato Luís Luciano

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

1. Tipos e criação

A todos sejam bem vindos, começando sobre o post de que tipo de criação escolhera para seu plantel.


Primeiramente você tens que pensar em que tipo de características quer que seu plantel tenha.
Se queres criar no quintal de casa para obter ovos e alguns abates, ou se quer comercializar ovos/ pintos/carne.

1.Tipo de criação;

   1.1: Comercial - Escolha da raça;
     Basicamente a escolha da raça adequada ao tipo de finalidade. Vamos as raças para cada tipo de criação.
     Algumas raças além da produção de ovos podem fornecer carne, assim  no fim da via produtiva de ovos, são abatidas para produção de carne. Aves com finalidade de beleza, muitas vezes apos ciclo reprodutivo fornecem carne. Como existem muitas raças hoje conhecidas e comercializadas no Brasil, vou por alguns exemplares, se tens duvida me mande uma mensagem.

     1.1.1: Produção de ovos/abate e beleza:
      As raças para ovos mais encontradas e indicadas e encontradas no momento são:
     
       - Isa Brown (conhecida como Embrapa 041);
Penas: vermelhas claras e patas e bicos amarelos.
Ovos: Seus ovos são grandes e vermelhos escuros em media com 56 a 60g.
Peso: Pequeno porte e peso médio de 1.9Kg (galinhas) e 2.2Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 115 g de ração/dia.
Produção: 250/300 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 4,5 meses.
Observação: Ficam estressadas facilmente, precisando de áreas para pastagem. Não entram em choco.

       - Rhode Island Red (Conhecida como Embrapa 051);
Penas: Vermelho intenso. Patas e bicos amarelos.
Ovos: Seus ovos são grandes e vermelhos escuros em media com 56g.
Peso: Médio porte e peso médio de 1,9Kg (galinha) e 2,4Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 125g de ração/dia (galinha) e 150g de ração/dia (galos).
Produção: 200/250 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 4,5 meses.
Observação: A raça precisa de mais espaço para não se tornar agressiva, precisa de exercícios. Não entram em choco.

      - Galinha Legorne;
Penas: Podendo ser encontrada nas cores: preto, azul, marrom, castanho, esverdeada, cinza, preto com manchas, vermelho com manchas, branco e vários outros tons. Sendo o principal na cor branca. Patas e bicos amarelos.
Ovos: Seus ovos são de coloração branca em media com 46/50g (tamanho normal) e 35/40g (miniatura).
Peso: Médio a pequeno porte e peso médio de 2,5Kg (galinha normal) a 900g (galinha em miniatura) e 3,400Kg (galos normais) a 1,200Kg (galos em miniatura).
Alimentação: Consomem cerca de 115g de ração/dia (galinhas normais), 90g de ração/dia (galinhas em miniaturas), 250g (galos normais) a 110g de ração/dia (galos em miniatura).
Produção: 180/200 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 5 meses.
Observação: A raça pode ser encontrada na variação mini. Entra em choco.

      - Gigante Negra de Jersey/Gigante azul;
Penas: Negro, cinzas ou brancas . nas negras patas escuras, na cinza patas acinzentadas e nas brancas patas claras.
Ovos: Seus ovos são grandes e marrons em media com 60g.
Peso: Grande porte e peso médio de 5,0Kg (galinha) e 6,0Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 150g de ração/dia (galinha) e 200g de ração/dia (galos).
Produção: 180/200 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 5/6 meses.
Observação: Com pele amarela e com o corpo robusto. Utilizada mais para comercialização da carne e ovos. Entram em choco, mas não é recomendável pois o peso acaba quebrando os avos e machucando os pintinhos.

      -Plymouth Rock Barrada (Conhecida como carijós);

Penas: Branca, Barrada, Amarela, Prata Pincelada, Perdiz, Columbia e Azul;
Ovos: Seus ovos são grandes e marrons em media com 60g.
Peso: Grande porte e peso médio de 3,4Kg (galinha) e 4,5Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 150g de ração/dia (galinha) e 200g de ração/dia (galos).
Produção: 200/250 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 5/6 meses.
Observação: Com pele amarela e com o corpo robusto. Utilizada mais para comercialização da carne e ovos. Entram em choco, mas não é recomendável pois o peso acaba quebrando os avos e machucando os pintinhos
    

      -Brahma (Conhecimento geral);

Penas: Negro, cinzas, amarelo, brancas, mesclados .A variedade de cor depende muito do sub tipo da raça. Há nessa raça muitos sub tipos, por volta de 20. Cada uma com características de crista e penamento adequada para o sub tipo. 
Ovos: Seus ovos são de médios a grandes e marrons em media com 50/60g.
Peso: Grande porte e peso médio de 4,5Kg (galinha) e 5,5Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 200g de ração/dia (galinha) e 220g de ração/dia (galos).
Produção: 120/180 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 6/9 meses.
Observação: Com pele amarela e com o corpo robusto. Utilizada mais para comercialização de aves ornamentais, sendo criada pela beleza e vigor. Entram em choco, mas não é recomendável pois o peso acaba quebrando os avos e machucando os pintinhos. Uma das características principais da raça é a crista ervilhada, penas nas pernas e  patas cobrindo até o segundo dedo.

      - Orpington
Penas: Amarelo, Preto  e Azul. Crista reta. Face vermelho vivo.
Ovos: Seus ovos são de médios a grandes e marrons em media com 50/60g.
Peso: Grande porte e peso médio de 4,0Kg (galinha) e 5,0Kg (galos).
Alimentação: Consomem cerca de 200g de ração/dia (galinha) e 220g de ração/dia (galos).
Produção: 160/180 ovos/ano.
Postura: Começam a postura entre 6/9 meses.
Observação: Com pele branca e com o corpo robusto. Utilizada mais para comercialização de aves ornamentais, sendo criada pela beleza e vigor. Embora seja um bom fornecedor de carne. Entram em choco, mas não é recomendável pois o peso acaba quebrando os avos e machucando os pintinhos. Uma das características principais da raça é que bicos e pés são sempre coloridos, dependendo da cor da sub especie.

  2. Subsistência;
      A criação de subsistência se baseia praticamente em criação caseira, aquela que temos no fundo do quintal, tanto para a obtenção de ovos ou para a de carne.

    2.1: Escolha da raça/matrizes;
    Para a escolha das matrizes seja cauteloso, pois a ave lhe trara resultados futuros.
- Para pintinhos verifique sempre se são ativos, se comem e bebem água antes de adquirir. Cabeça baixa ou comportamentos de isolamento são suspeitos, doenças geralmente se espalham rapidamente, então fique atento ao comportamento e peso de cada.
- Para adquirir galinhas já adultas verifique em baixo das asas se tem piolho, alem da coloração forte nas penas e pés (cor forte de acordo com a coloração indica aves novas), sem penas arrancadas (que indica animais mais fracos em relação as outras, possivelmente estressada) ou em troca de penas (durante a troca de plumagem a galinha fica em torno de 4 meses sem por ovos). Além de vários outros, como se a galinha é de raça ou mistura agressiva (o que dificultara a convivência com outras).

    2.2: Produção de Ovos e Abate;
    Para a criação em casa ou em fundo de quintal, para a produção de ovos escolha geralmente animais sadios e novos, que começaram a fase de postura.
    Tenha sempre em média 1 galo a cada 5 galinhas, isso evita que parem de por ovos além de fornecer ovos galados para possíveis chocas que aumentarão seu plantel.
     A galinha de casa pode ser de raça especifica ou de galinhas caipiras (SRD). Se for de raça fique atento as características que procura, se queres aves para por ovos ou carne. Ha raças desenvolvidas que inclusive fornecem os dois, ou caipiras que por ter porte avantajado conseguem ter a mesma produção de carne e ovos de galinhas de raça.
     Tenha cuidado nas escolhas de matrizes, espaço e alimentação que os animais vão precisar. Tenha uma média de quanto gastara por dia em ração, não dê excedente pois acaba caindo dos comedouros atraindo roedores que também atacarão as galinhas.
    As galinhas de raça, podem ser adquiridas por criadores experientes, de planteis livres de pestes. Comece sua criação de preferencia com animais da mesma idade.