A doença é também chamada de cabeça negra dos perus ou histomoníase.
A Histomonose é uma doença causada por um protozoário o Histomonas meleagridis. Este protozoário parasita os cecos e o fígado de aves, sendo dos perus o animal mais susceptível à doença podendo ocorre alta mortalidade. O H. meleadridis para completar seu ciclo evolutivo precisa de um hospedeiro paratênico o Heterakis gallinarum. Os adultos ou os ovos deste nematóide carregam os protozoários, protegendo os trofozoítos das condições ambientais e do pH ácido do papo, da moela e do intestino.
O Histomonas meleagridis é um protozoário amebóide, às vezes de forma redonda ou alongada com um único flagelo. Este protozoário parasita os cecos e fígado de perus, galinhas, pavão e aves silvestres
Contaminação:
Os hospedeiros adoecem espontaneamente pela ingestão de material
contaminado pelas formas infestantes do agente causal, eliminado pelas fezes das
aves portadoras. Essas são representadas por aves que se recuperam de um
ataque da doença, as quais eliminam pelas fezes uma grande quantidade de
microrganismo, diariamente. Os perus adultos são mais resistentes do que os
peruzinhos. A doença ocorre sempre que animais novos soltos em terrenos
infetados, junto aos animais adultos portadores. Os surtos mais graves acorrem nos
perus entre 1 a 2 meses de idade, e nos pintos de 1 a 2 semanas. As galinhas são
muito menos suscetíveis que os perus, elas são portadoras do protozoário e do
nematóide Heterakis gallinarum mais freqüentemente que os perus, daí se
considerar estas como as principais disseminadoras da enterepatite.
Experiências demonstraram a incapacidade da transmissão da doença
através dos ovos de aves doentes. A transmissão experimental da histomonose pela
ingestão de fígado e ceco doentes não teve resultado positivo em todas as
tentativas. A reprodução da doença, mesmo após a desinfecção do ovo por agentes
químicos, parece indicar a existência de formas de resistência no interior da casca.
Surtos esporádicos da doença podem ser explicados pela ingestão dos ovos destes
nematóides disseminados no solo.
Os parasitas invadem o organismo dos hospedeiros através das paredes dos
cecos, que são as primeiras partes lesadas. Durante o período de incubação e após
a convalescença da ave, os protozoários vivem e se multiplicam no conteúdo cecal.
Sintomas:
As aves doentes, principalmente perus novos, apresentam sonolência,
enfraquecidos geral, asas e cauda caídas, cabeças baixas, pernas arrepiadas,
diarréia amarela. As aves adultas são mais resistentes, mas as mais novas têm uma
doença de caráter mais agudo, morrendo logo após o aparecimento dos sintomas.
A
mais alta mortalidade é observada nos perus, nas primeiras 12 (doze) semanas de
idade. Algumas vezes, a mortalidade atinge a ordem de 100% mas a média é de
50%. O período de incubação da doença varia de 15 a 21 dias apos contato com
material infetante.
O diagnóstico clinico é difícil, já que a sintomatologia é semelhante a outras
doenças. A necropsia de animais que vierem a óbito é o melhor método de
diagnostico. As lesões típicas do fígado e cecos não deixam duvidas. Deve-se fazer
o diagnostico diferencial, onde as lesões cecais, principalmente de pintos, podem
confundir-se com a eimeriose, mas o exame microscópico do conteúdo cecal revela,
com facilidade, a presença de oocistos.
No peru, podem ter até 04 centímetros de diâmetro. As lesões do ceco e do fígado são patognômonicas.
Tratamento:
Vários medicamentos já foram experimentados no tratamento da entêrohepatite
sem, entretanto, apresentarem resultado satisfatório. Além disso, a
erradicação completa da enterepatite das aves é um problema de solução difícil,
pois somente medidas radicais dão resultados satisfatórios, tais como o extermínio
de toda a criação e abandono do local, pelo menos durante um ano.
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar a entrada do protozoário na
criação como:
- Não introduzir aves novas;
- Empregar a incubação artificial;
- Evitar
promiscuidade de perus com galinhas;
- Manter os peruzinhos de 2 a 3 semanas nas
baterias de criação e os de até 12 semanas separados dos adultos; tomar medidas
de controle contra as helmintoses;
- Manter as aves em terrenos não ocupados
anteriormente por outras aves, pelo menos há um ano; ----- Criar os perus adultos em
áreas espaçosas;
- Proteger os comedouros e bebedouros, ao máximo, contra a
contaminação pelas fezes.
Com o que foi descrito neste trabalho, conclui-se que o protozoário Histomonas
meleagridis causa uma doença grave em perus podendo leva-los à óbito e que
somente medidas profiláticas radicais podem resultar num controle satisfatório.