A Leucose Aviária é uma doença neoplásica causada pela infecção por retrovírus indutores de tumores. Ocorre durante a maturidade sexual, resultando em perdas econômicas significativas, especialmente na produção e qualidade dos ovos. A enfermidade ocasiona quedas de até 10% no pico de postura e produção de ovos pequenos e de casca fina.
A mortalidade varia de 1 a 2%, podendo atingir perdas ocasionais superiores a 20%, com grandes prejuízos na criação avícola. O vírus da leucose aviária (VLA) é um retrovírus responsável pelo desenvolvimento de leucose linfoide, mieloide e eritroide em aves, que pertence ao gênero Retrovirus Aviário Tipo C, da família Retroviridae.
No Brasil ocorreram em 1995, em machos de uma linhagem de reprodutoras pesadas. Já em 1998 e 1999, estudiosos caracterizaram a ocorrência do VLA-J em amostras de linhagens comerciais de corte e observaram a presença de VLA-J em todas as linhagens de corte analisadas.
Transmissão:
A prevalência do VLA-J é alta, com elevada variabilidade, além de possuir uma resistência genética desconhecida, causando um grande impacto econômico na avicultura.
A prevalência do VLA-J é alta, com elevada variabilidade, além de possuir uma resistência genética desconhecida, causando um grande impacto econômico na avicultura.
Linhagens pesadas são mais susceptíveis ao VLA-J do que as leves e as fêmeas mais susceptíveis que os machos.
A partir da manifestação da doença, durante a maturidade sexual, esta permanece durante toda a vida do lote.
A transmissão pode ser vertical – da galinha para a progênie, através do ovo – ou horizontal – de ave para ave, por contato direto ou indireto.
A infecção congênita é a forma mais importante de transmissão, uma vez que produz tolerância imunológica nas aves, tornado-as virêmicas e com maior possibilidade de desenvolver linfomas e diferentes tumores e em aves imunocompetentes.
Sintomas:
A disseminação horizontal do vírus resulta em uma viremia transitória com um risco muito baixo de desenvolvimento tumoral. Os sinais da doença não são específicos: crista pálida, murcha e, ocasionalmente, cianótica, inapetência, fraqueza, aumento do abdome, presença de manchas nas penas decorrentes de uratos e pigmentos da bile, aumento do fígado, bolsa cloacal e/ou rins que podem ser detectados por palpação, sendo que os nódulos provenientes de tumores do fígado podem ser detectados a tempo.
As lesões decorrentes da leucose mieloide, causadas pelo VLA-J, são leucemia severa, infiltração (intra e extravascular) de células linfoides no fígado, baço e outros órgãos. O mecanismo molecular da indução da doença não está totalmente elucidado.
Tratamento:
Não há tratamento para esta enfermidade, uma vez que não existem vacinas disponíveis para combater o vírus. Medidas gerais de manejo e biossegurança minimizam o impacto da infecção pelo VLA-J, visto que a patogenicidade do VLA-J varia conforme o status sanitário dos lotes.
A eliminação das aves portadoras com a finalidade de evitar a transmissão vertical do vírus em matrizes é uma das formas de erradicação, que deve ser adotada pelas empresas que comercializam linhagens comerciais.
O diagnóstico preciso do VLA é imprescindível para o reconhecimento da leucose aviária, possibilitando especificar os subgrupos virais que infectam as aves, sendo que esta informação é fundamental nos programas de erradicação dessa enfermidade.
Fonte: Instituto Biológico Autor: Renato Luís Luciano
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